Biocombustíveis no Brasil desempenham um papel significativo na mitigação das mudanças climáticas e na formação de um futuro sustentável, diminuindo a dependência dos combustíveis fósseis.
Atualmente, a mudança climática é sem dúvida a questão decisiva, e estamos em um momento crucial (ONU, 2020). O aumento da temperatura global não deve exceder 1,5 °C em comparação com os níveis pré-industriais, e isso demanda a redução pela metade das emissões de gases de efeito estufa (GEE) a cada década a partir de 2020, para se atingir emissões líquidas zero até 2050.
Nesse sentido, os biocombustíveis surgem como uma solução gerada a partir de diversas matérias-primas, tais como biomassa de madeira, resíduos orgânicos, óleos vegetais e outros. Neste artigo focaremos na “nova” geração de biocombustíveis, tais como biometano, bio-óleo, diesel verde (HVO, sigla em inglês) e combustível sustentável de aviação.
Biocombustíveis no cenário global
Globalmente, existe uma demanda crescente para biocombustíveis com foco na descarbonização de diversos setores da economia. Muitos países estabeleceram metas de descarbonização até 2050.
A União Europeia aprovou em 2018 sua Política de Energia Renovável (RED II, em inglês) que estabeleceu uma meta de 32% de consumo de fontes de energia renováveis até 2030.
A Organização da Aviação Civil Internacional (ICAO, em inglês) estabeleceu metas para redução e compensação de emissões de CO2 dos voos internacionais, em que uma das principais frentes de atuação é o incentivo ao uso de combustíveis sustentáveis.
A Organização Marítima Internacional (IMO, em inglês) estabeleceu metas ambiciosas para reduzir as emissões de GEE pelos navios em 40% até 2030, comparadas às de 2008 e, para 2050, a meta é que essa redução atinja 70%.
O cenário dos biocombustíveis no Brasil
Historicamente, o Brasil possui tradição na produção de biocombustíveis, a partir de etanol da cana-de-açúcar. Recentemente, uma “nova” geração de biocombustíveis tem sido estudada e novos projetos têm sido implementados, tais como biometano, bio-óleo, diesel verde (HVO, sigla em inglês), combustível sustentável de aviação (SAF, em inglês) e outros.
A inserção dos biocombustíveis na matriz energética brasileira, na década de 1970, foi decorrente da adoção de políticas públicas específicas em reação às crises do petróleo (EPE, 2017).
Em 2017, foi instituída a Política Nacional de Bicombustíveis (RenovaBio) visando ampliar a produção e o uso de biocombustíveis na matriz energética brasileira, a qual criou o mecanismo de geração de créditos de descarbonização (CRBio) pelas empresas produtoras de biocombustíveis, que vendem esses créditos para as distribuidoras de combustíveis, obrigadas a compensar suas emissões.
Além disso, as próprias metas brasileiras de redução de GEE de 37% até 2025 e de 43% até 2030 são impulsionadores naturais do mercado de biocombustíveis. No caso do metano, por exemplo, a meta é reduzir suas emissões em 30% até 2030, o que incentiva a implementação de projetos de biometano.
Conforme o Instituto Brasileiro de Petróleo e Gás (IBP, 2022), a produção global de biocombustíveis (etanol, biodiesel e HVO) cresceu mais de 10 vezes entre 2000 e 2019. Dos 2,7 milhões de barris por dia (b/d) produzidos em 2019, os EUA responderam por 1,1 milhão b/d (42,4%) do total, seguidos pelo Brasil com 710 mil b/d (26,4%). Até 2026, a Agência Internacional de Energia estima que a produção global cresça 6,8%. Para o Brasil, a projeção é de um aumento de cerca de 11,7% nesse período.
Assim, existe uma grande demanda do mercado para produção de biocombustíveis, tais como biometano, bio-óleo, diesel verde (HVO – Hydrotreated Vegetable Oil), combustível sustentável de aviação (SAF – Sustainable Aviation Fuel) e outros.
AFRY: amplo conhecimento em biocombustíveis
A AFRY é uma empresa europeia líder em serviços de engenharia, projetos e consultoria com a missão de acelerar a transição para uma sociedade mais sustentável. Nos últimos anos temos participado de diferentes tipos de projetos de biocombustíveis, por exemplo, de biometano, a partir de metano de aterro sanitário; de bio-óleo, a partir de biomassa de eucalipto; diesel verde, a partir de óleo de palma; combustível sustentável de aviação, a partir de etanol; e outros.
Nossa equipe multidisciplinar possui conhecimento e experiência em uma ampla gama de biocombustíveis, e competência para atuar em todas as fases do ciclo de vida do projeto, desde as fases de viabilidade/conceituais, desenvolvimento da engenharia, até o gerenciamento de obras. Além disso, temos um time especializado em sustentabilidade, para cálculo de intensidade de emissão de carbono de projeto.
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