No mundo da engenharia, o termo Retrofit vem ganhando destaque como uma solução sustentável e econômica para atualizar construções, máquinas e sistemas existentes. Em um cenário em que muitas empresas desejam investir na transição para a Indústria 4.0, mas dispõem de recursos limitados para a elaboração de um planejamento específico, a implementação do Retrofit pode driblar desafios e tornar acessível a modernização industrial.
O que é Retrofit?
Trata-se do processo de atualização de máquinas e equipamentos já existentes nas instalações industriais para melhorar seu desempenho ou adaptá-los a novas demandas que surgem com os avanços tecnológicos e as mudanças do mercado. Na Indústria 4.0, o Retrofit ganha uma dimensão digital, pois exige que as máquinas forneçam dados em tempo real e interajam com sistemas automatizados, criando um ambiente de produção inteligente e conectado.
E por que investir em Retrofit em vez de novas máquinas?
Máquinas industriais costumam ter uma vida útil longa, muitas vezes superior a décadas. Substituí-las para implementar tecnologias digitais pode ser economicamente injustificável. O Retrofit, portanto, é uma alternativa viável por viabilizar a modernização dos equipamentos existentes com custos reduzidos.
Retrofit Industrial Clássico x Retrofit 4.0
Existem dois conceitos de Retrofit e, embora ambos tenham o objetivo de modernizar equipamentos, eles diferem em foco e resultados esperados.
O Retrofit Industrial Clássico busca atualizar máquinas e instalações para atender aos padrões da Indústria 3.0, estes voltados para automação e eficiência energética. Assim, ele foca na melhoria do desempenho físico da máquina para obter, por exemplo, o aumento da produção, da vida útil dos equipamentos e a redução de custos operacionais. Ações do Retrofit Industrial Clássico incluem a substituição de motores por versões mais eficientes ou a implementação de controles automatizados.
Por sua vez, o Retrofit 4.0 adapta máquinas para o conceito da Indústria 4.0, priorizando a coleta e a análise de dados para decisões em tempo real, sejam elas tomadas por colaboradores ou por sistemas. Por visar o monitoramento de condições, o rastreamento de peças e a automação de processos, o Retrofit 4.0 exige interoperabilidade entre máquinas, sistemas e sensores, criando um fluxo contínuo e integrado de informações.
Como implementar o Retrofit 4.0?
Antes de tudo, é fundamental reconhecer o nível de maturidade digital da fábrica. Existem ferramentas que auxiliam na medição, entre elas, o Industry 4.0 Maturity Center, na Alemanha, desenvolveu um modelo que divide a prontidão da fábrica em 6 patamares, sendo que os níveis 1 e 2 definem a pré-Indústria 4.0, e os níveis 3 a 6 a Indústria 4.0.
Identificado o nível de maturidade, pode-se começar a elaborar uma estratégia para transição à Indústria 4.0. O Retrofit 4.0 está no centro dessa estratégia por permitir que empresas de todos os tamanhos participem da evolução tecnológica sem a necessidade de investimentos exorbitantes.
Um Retrofit 4.0 bem-sucedido compreende os seguintes elementos na fábrica:
- Sensores: capturam dados operacionais;
- Comunicação padronizada: promove a interoperabilidade entre diferentes equipamentos;
- Plataforma de dados: armazena e processa as informações coletadas;
- Sistemas de Inteligência Artificial: analisam os dados e fornecem insights para otimização dos ativos ou atuam de forma preditiva para evitar falhas;
- Integração com sistemas corporativos: permite análises avançadas e automação.
Benefícios da implementação do Retrofit:
- Redução de paradas não planejadas: a análise de dados monitora a condição das máquinas e é capaz de identificar falhas antes que elas ocorram;
- Otimização de processos: a inteligência artificial ajuda a detectar padrões e melhorar a eficiência da produção;
- Apoio à tomada de decisões: operadores e gestores recebem informações em tempo real para agir de forma mais assertiva.
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