Em apresentação durante o CEO Forum, promovido pela Confederação Europeia das Indústrias de Papel, o CEO da Pöyry, Martin à Porta, defendeu que a indústria abrace a revolução pela recarbonização
A substituição de materiais não renováveis, como metais, minerais e materiais à base de combustíveis fósseis, por biomateriais emergentes permite o aprisionamento do carbono em ciclos de produtos mais sustentáveis. É o que defendeu Martin à Porta, CEO da Pöyry, durante o CEO Forum, encontro anual promovido recentemente pela Confederação Europeia das Indústrias de Papel (CEPI), no qual sugeriu a convergência de dois temas importantes ligados à bioeconomia: a recarbonização dos materiais e a descarbonização da energia.
Tomando por base pesquisa conduzida por Petri Vasara, head de Biofutures da Pöyry, e publicada no documento “The Recarbonisation Trilogy”, à Porta destacou que com o mundo enfrentando a questão das mudanças climáticas e, simultaneamente, testemunhando novos desenvolvimentos em tecnologia e ciências dos materiais, essa convergência transforma a revolução da recarbonização global dos fluxos de materiais em uma oportunidade de negócios multibilionária para a indústria de base florestal.
O CEO da Pöyry destacou ainda que, embora movimente hoje apenas 1% do negócio global de embalagens, plásticos e algodão, em termos financeiros, este negócio equivale a aproximadamente € 10 bilhões em receitas anuais dentro de uma economia sustentável, enquanto ajuda o mundo a enfrentar a questão das mudanças climáticas. “Este número poderia saltar para € 40 bilhões/ano se substituíssemos hoje 1% do volume global de combustíveis fósseis por biomassa já processada na indústria de base florestal”, acrescentou.
Segundo à Porta, novos desenvolvimentos em tecnologia e ciências dos materiais vêm tornando possível e desejável que esses movimentos ocorram. Ele destaca, por exemplo, a lignina, o açúcar, a nanocelulose e o grafeno como exemplos de matérias-primas nas quais a recarbonização pode ser verdadeiramente eficaz. Os três primeiros são à base de carbono, enquanto o grafeno é carbono puro, o que significa que eles têm potencial de mudar radicalmente o mundo dos materiais.
Sobre a Pöyry
A Pöyry é uma empresa multinacional de engenharia e consultoria, dedicada a um modelo de sustentabilidade equilibrada – balanced sustainability – e gestão responsável, que atende, globalmente, a clientes no setor industrial e de energia, e presta serviços localmente a diversos mercados estratégicos. Com atuação focada em qualidade e integridade, realiza consultoria técnica e estratégica e serviços de engenharia sustentados por uma vasta experiência e capacidade de implantação de projetos. Atua nos segmentos de energia (geração, transmissão e distribuição), florestal, papel e celulose, químicos e biorrefinaria, mineração e metalurgia, infraestrutura e água.
No Brasil, a Pöyry iniciou atividades em 1974, tendo criado a sua subsidiária brasileira em 1999. Nesse período, aumentou o seu escopo de atuação, ingressando ainda mais nas áreas de consultoria e gerenciamento de projetos, além dos serviços de engenharia de fábrica. Atualmente, conta com mais de 600 colaboradores no País e atende mais de 50 clientes, de diversos setores.
Globalmente, a empresa possui mais de 6.000 especialistas, além de uma extensa rede de escritórios locais. O faturamento do grupo em 2014 foi de 571 milhões de euros, e as ações da empresa estão cotadas na bolsa NASDAQ OMX Helsinki.
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