Investir em tecnologia e buscar inovações se tornou fundamental para manter a competitividade dos plantios florestais.
Novas estratégias e ferramentas para “reinventar” a produção florestal é o que irá garantir a competitividade florestal, que tem apresentado uma estabilização nos ganhos, alerta o estudo realizado pela Pöyry. A multinacional finlandesa de consultoria e serviços de engenharia analisou as três principais forças que impactam a economia das florestas plantadas - produtividade, custo de serviços e insumos e custo de oportunidade da terra.
O mundo consome anualmente 1,7 bilhão de metros cúbicos de madeira para aplicações industriais – aproximadamente um terço disso, mais de 450 milhões de metros cúbicos, provém de plantações comerciais de crescimento rápido. Apesar da maior produtividade ter sido um fator-chave para a vantagem competitiva das florestas plantadas em relação ao manejo de florestas nativas, o estudo prevê uma redução na taxa de aumento desta produtividade para cerca de 1,5% ao ano – metade do que se observou no passado. “A estabilização dos ganhos de produtividade também pode ser acompanhada, em algumas regiões, por queda da produtividade, a despeito de investimentos crescentes em tecnologia florestal. Isto pode ser um indicativo de que as produtividades potenciais máximas, associadas aos modelos de produção e regimes de manejo atuais, e aos impactos das mudanças climáticas, já foram atingidas”, explica Jefferson Mendes, Head da Pöyry Consultoria em Gestão e Negócios para a América Latina.
Já a mecanização das operações florestais, em especial da silvicultura, é de vital importância, uma vez que os custos de mão de obra estão aumentando acima da inflação em economias emergentes que estão passando por modernizações sociais fundamentais como China, Brasil, Indonésia, Vietnã e Uruguai. Atualmente, a madeira plantada não pode mais contar com o fator “mão de obra barata” como base para sua competitividade.
Da mesma forma, a localização das plantações em relação à indústria e aos mercados consumidores é fator determinante para o sucesso econômico dos empreendimentos florestais. Na maioria das economias emergentes, as terras adequadas para o plantio estão se tornando mais caras à medida que se intensifica a concorrência pelas mesmas.
No início dos anos 2000, por exemplo, um hectare de terra adequada ao plantio florestal no Brasil custava entre US$ 500 a US$ 1000, sendo que cerca de 70% da área adquirida seria efetivamente utilizada para o plantio. O Capex de terra e floresta para uma planta de celulose de um milhão de toneladas por ano atingia valores entre US$ 100 e US$ 150 milhões.
Atualmente, o preço do hectare para silvicultura oscila entre US$ 1.500 e US$ 2.500, porém com um menor percentual de uso para plantio florestal em função de requisitos ambientais mais rígidos ou por questões ligadas ao relevo e à infraestrutura. Em consequência, para uma planta industrial moderna de mesma capacidade, o Capex total em terras e florestas aumentou para cerca de US$ 300 milhões.
Neste cenário, o estudo elaborado pela Pöyry propõe uma nova onda de inovação para assegurar a competitividade dos plantios florestais, baseada em duas grandes áreas – excelência em gestão operacional e inovações disruptivas.
“As empresas precisam identificar oportunidades de melhoria nos processos e práticas de manejo florestal, tanto no que diz respeito à silvicultura quanto à colheita da madeira e à logística”, alerta Mendes.
Ele ressalta ainda que um diagnóstico sólido das operações é uma ferramenta essencial para reduzir o custo da madeira entregue na indústria, sem aumento significativo do Capex, pois ele é o primeiro e fundamental passo para aumentar a produtividade operacional, por meio da melhoria de processos e/ou adoção de novas práticas de gestão.
Por fim, o executivo da Pöyry diz que embora a excelência nas operações tradicionalmente executadas traz economia de custos, sem o peso de grandes investimentos, um novo paradigma em florestas plantadas somente será criado pela promoção e adoção de tecnologias disruptivas – maneiras totalmente novas de se produzir madeira plantada.
“Novas tecnologias começam a surgir entre as principais empresas silvicultoras, no entanto, elas exigem tempo de maturação e investimentos significativos em ciências aplicadas, pesquisa e desenvolvimento”, conta.
O estudo conclui que as empresas precisam buscar cooperação com técnicos especializados, fornecedores de equipamentos, institutos de pesquisa e universidades em uma ampla gama de temas – uma tarefa verdadeiramente desafiadora – para, em última instância, alavancar o know-how interdisciplinar em benefício da indústria de base florestal.
Sobre a Pöyry
A Pöyry é uma empresa multinacional de engenharia e consultoria, dedicada a um modelo de sustentabilidade equilibrada – balanced sustainability – e gestão responsável, que atende, globalmente, a clientes no setor industrial e de energia, e, localmente, a diversos mercados estratégicos.
Com atuação focada em qualidade e integridade, realiza consultoria estratégica e serviços de engenharia sustentados por uma vasta experiência e capacidade de implantação de projetos. Atua nos segmentos de energia (geração, transmissão e distribuição), florestal, papel e celulose, químicos e biorrefinaria, mineração e metalurgia, infraestrutura e água.
No Brasil, a Pöyry iniciou atividades em 1974, tendo criado a sua subsidiária brasileira em 1999. Nesse período, aumentou o seu escopo de atuação, ingressando ainda mais nas áreas de consultoria e gerenciamento de projetos, além dos serviços de engenharia de fábrica. Atualmente, conta com mais de 600 colaboradores no País e atende mais de 50 clientes, de diversos setores.
Globalmente, a empresa possui mais de 6.000 especialistas, além de uma extensa rede de escritórios locais. O faturamento do grupo em 2013 foi de 650 milhões de euros, e as ações da empresa estão cotadas na bolsa NASDAQ OMX Helsinki.
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